sexta-feira, 4 de julho de 2008
O Evento do Fim-de-Semana da Ciência Polar realizado dias 1 de Maio e 31 de Junho 2008 contou com a participação do João Covita e do Miguel Guerreiro no dia 31 e da Irina Buteta e da Inês Murteira no dia 1. Estes dois grupos fizeram uma excelente apresentação da viagem em que participaram e não julguem que o público eram apenas jovens e adultos. Sim, haviam também algumas crianças que ficaram encantadas e até fizeram perguntas já de "gente grande".
Maravilhoso, só vos digo!!!!!



terça-feira, 29 de abril de 2008
Ontem, dia 28 de Abril, pelas 18h00, o API e o projecto educativo LATITUDE60!, representados na pessoas de Gonçalo Vieira, estiveram presentes no Ciclo de Geografias Errantes realizado na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. A acompanhar este evento estiveram também dois dos 7 alunos que participaram na viagem educativa à Antárctica. No final as perguntas foram muitas.

domingo, 16 de março de 2008
"Our Changing Planet: Past and Present"
http://aumpassodalatitude60.blogspot.com/2008/02/videoconferncia-internacional-our.html
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Este evento internacional vai contar com a presença dos estudantes portugueses que foram à Antáctida e com a participação de Gonçalo Vieira, investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e membro do Comité Português para o Ano Polar Internacional.
http://www.pavconhecimento.pt/destaques/index.asp?accao=shownot&id_noticia=283
e em
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Convidamos todos a ouvir o programa, nas rádios regionais e locais nas seguintes emissoras:





Caso não consiga visualizar os quadros de emissão acima, solicite-nos o envio do ficheiro original.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Depois de passar a Latitude 60!
O relato dos dias na Antárctida será intercalado com ligações às bases polares, onde os cientistas do LATITUDE60! José Xavier, Alexandre Nieuwendam, Vanessa Batista e Raquel Melo se encontram neste momento.
Os visitantes do Pavilhão do Conhecimento são convidados a enviar questões aos nossos cientistas para o endereço electrónico projecto.latitude60@gmail.com, ate ao final do dia 6 Fevereiro. No dia 7, venham ao Pavilhão do Conhecimento ouvir a resposta em directo do… Pólo Sul.
Vejam mais em
http://www.pavconhecimento.pt/destaques/index.asp?accao=shownot&id_noticia=279
Resultados da sessão:
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=25058&op=all
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Ainda a "respirar as emoções da viagem"

Um obrigado muito especial,
João Covita, Maria Inês Martins, Marta Alves e Miguel Guerreiro
“Ice Scream”
domingo, 13 de janeiro de 2008
Chegámos!!!!
Aguardamos as vossas sugestões e contactos,
Andreia Raposo, Inês Murteira, Irina Boteta, João Covita, Maria Inês Martins, Marta Alves, Miguel Guerreiro e Ana Salomé
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Uma experiência de vida
Sabiamos também que partilharíamos esta aventura com uma vasta equipa educacional altamente qualificada, mas não nos passou pela cabeça que estas pessoas teriam uma experiência de vida inigualável. Temos sentido um enorme privilégio em poder contactar com elas, que sempre demonstraram uma grande simpatia e disponibilidade para esclarecer as nossas duvidas, ou para, pura e simplesmente, manter uma conversa agradável e informal.
Algumas destas pessoas conhecem a Antárctica como a palma das suas mãos e ainda ontem à noite tivemos a oportunidade de conversar com os mais idosos membros desta expedição: Fred Roots e Fritz Koerner. Estes senhores têm, respectivamente, 86 e 74 anos e têm um espírito muito mais dinâmico que muitos jovens da nossa idade. É incrível como eles fazem absolutamente o mesmo que todos nos (subir a montanhas, fazer caminhadas, e tantas outras coisas), apesar de aparentemente mais limitados pelos seus corpos envelhecidos, e como adoram conversar com os mais jovens, partilhando as suas histórias e experiências. Eles estiveram na Antárctica varias temporadas, tendo sido uns dos investigadores a fazer parte da primeira expedição cientifica neste continente. Apesar de toda a sua experiência, conseguimos ainda detectar nos seus olhos o brilho de um jovem que se fascina pela primeira vez com este local extraordinário. Estes senhores são uma autêntica prova de que a jovialidade nem sempre se prende com a idade, mas sim com a mente e com o espírito. É um prazer inimaginável viver esta expedição com pessoas como eles que, para nós, são quase como heróis dos nossos tempos.
Inês Martins e Marta Alves
Nostalgia dos últimos momentos....!!!
Posso dizer que com esta viagem descobri algumas coisas acerca de mim. Fiquei completamente apaixonada por glaciologia e oceanografia, e penso que isso vai mudar as perspectivas que eu tinha a cerca do meu futuro. Agora percebo o Ian (músico), quando disse que ao olhar para as vastas paisagens da Antárctida, viu Deus. Para mim, não se trata propriamente de religião, mas sim da imensa beleza nunca antes vista que este continente apresenta. Ao absorver todos estes sentimentos, faz-nos pensar e olhar para as coisas de uma maneira diferente. Para mim é um grande privilégio estar na companhia de pessoas com uma vasta experiência de vida e com uma sabedoria fenomenal sobre a Antárctida. Aqui todos tem um conhecimento geral da Antárctida mas cada um é especializado em determinados campos (biologia marinha, geologia, oceanografia, glaciologia, etc). Depois desta experiência, compete-nos a nós fazer chegar as outras pessoas, a importância que os pólos têm sobre todo o planeta. É necessário sensibilizar as pessoas para a protecção do meio ambiente para que possamos usufruir da beleza que se esconde por todo o planeta.
Bem, depois desta maravilhosa experiência na região polar sul os meus olhos estão agora definitivamente virados para o norte.
Andreia Raposo
O último dia a bordo do Ushuaia
6 de Janeiro de 2008
Hoje foi o nosso ultimo dia a bordo do navio. Continuamos com as actividades dos action groups. Foram apresentados os projectos finais, todos eles bastante ambiciosos que esperemos que se venham a concretizar. Estamos a falar, nomeadamente, de organização de concursos, exposições, elaboração de paginas web, de recursos didácticos, de comunicados, etc. A base destes trabalhos assenta numa parceria com organizações já existentes e reconhecidas mundialmente.
Pessoalmente, estar integrada neste grupo (defesa dos direitos humanos) revelou-se um dos mais importantes momentos para mim. Senti que ganhei força para fazer a diferença e tomar iniciativas por aquilo em que acredito.
Foram colocadas folhas na sala de convivio para que todos escrevessemos as nossas ultimas impressões em relação à viagem. No fim do dia, as folhas estavam recheadas de mensagens de amizades que se formaram e de momentos vividos.
Fizemos tambem uma ultima reunião geral onde se constatou o sucesso da viagem a todos os níveis.
Acabamos a tarde com uma apresentação nossa sobre Portugal, onde falamos, superficialmente, do que caracteriza cada região do nosso país.
Ouvimos o anuncio para o nosso último jantar a bordo do Ushuaia. Foi engraçado ver como a tripulação decidiu preparar a ultima refeição com um toque diferente.
Pela noite, festejamos o nosso último dia a bordo do Ushuaia. Tiramos as ultimas fotos de grupo, começamos a despedirmo-nos e reflectimos sobre tudo o que passámos juntos.
Fizemos agradecimentos a tripulação que nos acompanhou nesta extradionária expedição e, para animar a nossa noite, tivemos uma demostração de talentos, que nos deixou muito surpreendidos. Ouve quem cantasse, quem dançasse, quem recitasse poemas, ...
Foram também entregues os prémios do concurso de poesia, sendo, o primeiro prémio, um copo que serviu para uma experiência sobre os efeitos da pressão na zona do afundado Titanic. Esse mesmo copo foi oferecido pela Belinda, que faz mergulhos para o estudo do histórico navio.
Amanhã espera-nos um longo dia de viagem até Buenos Aires.
Irina Boteta
Good morning Students-on-ice!
5 de Janeiro de 2008
A seguir ao pequeno almoço assistimos a uma palestra, dada pelo Eric, cujo tema era “Sailing towards a sustainable future”. Nesta palestra salientou-se que os recursos naturais estão, de uma forma geral, a ser explorados pelo ser humano para além da sua capacidade de regeneração. Este tema também foi focado na palestra seguinte realizada pelo David, intitulada “Be the change?”, na qual nos foi dada a motivação e o método para tentar definir o problema e encontrar soluções para o mesmo. Ambas se debruçaram sobre o “futuro sustentável” e o quão próximo estamos de o conseguir se agirmos da forma mais correcta.
Da nossa necessidade de actuar surgiu a iniciativa de formar ‘action groups’ que, agrupando as diferentes nacionalidades nesta expedição, têm em vista tomar medidas que possibilitem combater diferentes problemáticas mundiais. Foram fundados cinco grupos de acção cujos temas são: Alterações climáticas (do qual fazem parte a Inês Murteira e o João), Sobreconsumo de recursos, Água (qualidade e quantidade), Direitos Humanos (integrado pela Marta e pela Irina) e Conservação da vida selvagem (grupo no qual a Inês Martins, a Andreia e o Miguel estão incluidos).
Depois de reunidos os diferentes grupos e de uma breve discussão sobre os temas, foram recolhidas algumas ideias dentro dos mesmos, que virão a ser partilhadas entre todos amanhã. Estamos muito entusiasmados e com vontade de contribuir para o bem-estar do nosso querido planeta!
Ainda hoje, tivemos diversas apresentaçoes dos membros da equipa do Students on Ice que já viveram na Antárctica. O David, o Fred, o Fritz, o Ian e o Alex partilharam connosco as suas experiências profissionais e pessoais neste magnífico mas perigoso local. Mostraram-nos imagens fascinantes, que revelavam tempos muito dificeis que todos ultrapassaram sempre com um espirito triunfante.
Mais uma vez, sobrevivemos à atribulada viagem da Passagem de Drake e, embora já não estejamos na Antárctica, com muita pena nossa, não perdemos a garra e vontade de aprender sempre mais! Estamos ansiosos pelo dia de amanhã!
Joao Covita e Marta Alves
domingo, 6 de janeiro de 2008
Último dia na Antárctida
4 de Janeiro de 2008
Todos os dias somos despertados pelo chamamento matinal e, sempre que isso acontece, eu e a minha colega de quarto resmungamos e ficamos na cama por mais uns minutos. Hoje, no entanto, o despertar foi particularmente diferente e revigorante. Era suposto levantarmo-nos às 7h, mas às 6 ouvimos a voz do Geoff dizer qualquer coisa como “If you are not at the deck watching this spectacular view, you should be”. Assim que ouvi estas palavras, saltei da cama, inacreditavelmente, e vesti o casaco por cima do pijama. Quando saí para o convés tive um dos momentos mais marcantes de toda a viagem, ao deparar-me com uma das paisagens mais belas, senão a mais bela, que alguma vez vi. É impossivel descrever a beleza, a imponência e o esplendor que estavam perante os meus olhos. A quietude do local e a virgindade da natureza, típicas da Antarctica, foram também impressionantes. Fiquei completamente extasiada e não consegui parar de apreciar e tirar fotos.
Fotografia: Students-on-ice
Continuámos a navegar por entre montanhas cobertas de gelo e icebergs flutuantes, até que, cerca de duas horas depois, encontrámos uma baía deslumbrante, coberta de “fast ice” (uma fina camada de gelo que se estende sobre o oceano). Depois de o staff verificar se o gelo era suficientemente espesso para suportar o nosso peso, lá desembarcámos, um pouco receosos, mas super entusiasmados. Seria o nosso último desembarque na Antarctica, e, como tal, teve um significado especial. Estivemos algum tempo a observar a beleza do local, a tirar fotos, e a divertirmo-nos, até que nos reunimos todos e tivémos um momento de reflexão acerca de como a nossa vinda à Antárctica vai mudar as nossas vidas. Após um momento de partilha destas reflexões, regressámos ao navio para o almoço.
Fotografia: Students-on-ice
Da parte da tarde, fizemos o nosso último “zodiac cruise”, tendo como paisagem de fundo a mesma que nos havia acompanhado desde a manhã. Foi espectacular: tivemos oportunidade de ver e fotografar focas e pinguins, deitados sobre os icebergs, e tentámos usufruir ao máximo daquele que seria o nosso último contacto com este continente magnífico. Regressámos ao navio com uma tristeza inevitável e uma enorme vontade de não deixar aquele local e toda a Antárctica, pela qual acabámos por nos apaixonar.
Fotografia: Students-on-ice
Não há dúvida de que este local, que, no fundo, é o ultimo local da Terra que não foi destruido pelo Homem, tem qualquer coisa de mágico que nos faz pensar acerca de tantas questões que a maior parte das pessoas, infelizmente, desprezam e ignoram. Espero que consigamos transmitir este sentimento, que é comum a todas as pessoas desta expedição, quando regressarmos a Portugal, e que consigamos alertar verdadeiramente as pessoas para a importância de preservar e respeitar a natureza para o bem da humanidade, dos animais e do mundo.
Inês Martins
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Madrugada de ansiedade
Ou eu imaginei a chamada do Geoff, tal não era a minha ansiedade, ou então pensei que um dos constantes comunicados em castelhano da ponte era do Geoff. O meu colega de quarto não se lembra de eu ter falado com ele naquela noite, tal não era a camada de sono que ele também tinha. E de lembrar que aqui é sempre dia, só o sol é que se esconde ligeiramente por um pouco no horizonte.
Miguel Guerreiro
Publicado também em http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=24746&op=all
Os gigantes gelados e rochosos rodeavam o navio
3 de Janeiro de 2008
O dia começou às sete da manhã, com a entrada no Lemaire Channel. Pelo altifalante, fomos avisados que estávamos prestes a entrar num magnífico canal, delineado por grandes montanhas e glaciares.
Os olhos fixaram-se no percurso do navio, através das águas geladas, mesmo antes do pequeno almoço.
Nevava. O navio revelou-se coberto por um manto branco, o qual depressa se transformou num boneco de neve, com direito a cenoura e tudo!
Os gigantes gelados e rochosos, rodeavam o navio, revelando o quão pequenos somos, perante o poder da Natureza.
Os icebergues surgiam por todos os lados, alguns salpicados com pinguins, outros com focas. Conseguimos até avistar algumas baleias.
Ainda durante a manhã, depois do pequeno almoço, fomos a terra, a Yalour Islands. Cercados de pinguins, gelo, neve, aves, montanhas e oceanos, a paisagem revelou-se digna de um quadro, em que os humanos se conseguiam fundir com as leis do ecossitema. Alguns pinguins Gentoos guardavam os seus ovos, alguns as crias já nascidas, enquanto outros ajudavam na construção dos ninhos, transportando pequenas pedras.
De seguida, fizemos um pequeno cruzeiro nas Zodiac por entre imensos icebergues, que se revelaram com as mais variadas formas e tamanhos, muito para além do que a imaginação alcança. Uns tomavam parecenças com cogumelos, outros com baleias, cascatas, etc.
Regressados ao navio, almoçámos e tivemos algum tempo de descanso, que aproveitámos para conviver com os outros estudantes.
Pela tarde, assistimos a uma palestra, dada pelo cientista Fred Roots, sobre o Ano Polar Internacional e o Tratado da Antárctida, onde foi evidenciada a importância da cooperação científica, a nível internacional, para o desenvolvimento da ciência. Não sendo de ninguém, a Antárctida é de todos. Nenhuma especie de actividade militar é permitida neste territorio, sendo, assim, o único continente do planeta que nunca presenciou uma guerra.
Fomos, depois, novamente a terra. Pisámos, então, Port Lockroy, onde tivemos a oportunidade de comprar algumas recordações e, finalmente, enviar postais!
De seguida, fomos a uma zona onde pudemos observar ossadas de baleias, expostas numa área de nidificação de pinguins gentoos e de Blue-Eyed Shag. Tivemos também a oportunidade de observar de perto uma foca leopardo. É bastante impressionante ver tais animais a poucos passos de distância, dando a sensação de sermos directamente transportados para os cenários dos documentários televisivos.
Regressados ao navio, jantámos e assistimos a uma palestra da cientista Belinda, sobre mergulhos ao fundo do oceano, na busca do histórico Titanic, afundado em 1912, no Atlântico Norte. Ficamos elucidados sobre a logística e os processos do mergulho, assim como da dinâmica do fundo dos oceanos, que normalmente encaramos como apenas uma enorme massa de água. Pudemos observar fotos de evidências de tectónica de placas e da actividade vulcânica.
Amanhã é o nosso último dia para a descoberta deste continente.
Vamos agora aproveitar a noite, que não consegue espreitar por entre a persistente luz do dia.
Inês Murteira
Novo filme disponível
Entretanto, vale a pena ver o excelente filme que acaba de ser disponibilizado em http://www.studentsonice.com/antarctic2007/html/expedition_videos_03.htm
Pela equipa LATITUDE60!
G. Vieira
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Danco Island
2 de Janeiro de 2008
Hoje o dia começou muito cedo. Levantámo-nos as 6h da manhã e, antes de tomar o pequeno-almoço, fomos a terra, a Danco Island. Assim que chegamos, avistamos uma foca elefante que apesar de juvenil era enorme, deitada a beira da água.
Quando todos chegaram, começámos a subir uma montanha. Foi uma escalada difícil, mas todos conseguimos alcançar a meta. A sensação que todos tivemos, ao chegar ao topo, e indescritível. E, mais indescritível ainda, foi a sensação que tivemos quando fechamos os olhos e fizemos um minuto de silencio.
Os pinguins acompanharam-nos na subida e na descida. Tivemos a oportunidade de, tal como os pinguins, deslizar na neve, deixando-nos escorregar glaciar abaixo.
Assim que todos chegamos novamente à praia, voltamos para o barco para tomar o pequeno-almoco. Hmm... soube mesmo bem recuperar energias.
De seguida voltámos a pisar o continente Antárctico, em Neko Harbor. Este foi o local que mais me agradou visitar, aqui, tivemos a oportunidade de participar em workshops sobre aspectos geológicos do local, gelo e glaciares e ainda recolhemos amostras de organismos das águas antárcticas que pudemos observar mais tarde ao microscópio.
Tivemos ainda a oportunidade de observar focas, pinguins e skuas convivendo com a natureza de uma forma exclusiva.
Pela tarde, assistimos a uma palestra, “Climate Change and Ice Cores”. Nesta palestra fomos confrontados com alguns pontos de vista sobre o assunto. Por entre muitas certezas que existem, a grande conclusão a que todos podemos chegar é que ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir que locais como estes, tão fundamentais para o nosso planeta, permaneçam intactos.
Tínhamos planeado um cruzeiro, a Paradise Bay, nos pequenos botes de borracha que utilizamos para ir a terra, mas, devido ao mau tempo, não foi possível cumprir o plano. No entanto, a palavra-chave para toda esta expedição, diz o Geoff, é a flexibilidade, assim sendo passamos para o plano B e fizemos um maravilhoso cruzeiro
Mesmo com as mãos geladas e o nariz encarnado, todos se divertiram imenso e absorveram este momento único na nossa viagem.
Tivemos ainda tempo, antes de jantar, para assistir a uma palestra que nos elucidava sobre as dificuldades e ao mesmo tempo a alegria imensa que e fazer investigação cientifica subaquática em condições de inverno tão severas como aquelas que se encontram na Antárctica.
Acabamos o dia a visualizar um filme que retrata a expedição antárctica de Sir Ernest Shackleton, no qual participou um dos membros da equipa Students On Ice, Alex Taylor.
Estou ansiosa pelo dia de amanha pois tenho a certeza que vai ser tão ou mais emocionante como todos estes que temos vivido ate agora.
Irina Boteta
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Dia de Ano Novo na Ilha Deception
1 de Janeiro de 2008
Fomos a terra, onde vimos as antigas estruturas, onde, em tempos, se desenvolveram actividades industriais (extracção de óleo de baleia) e que, mais tarde, tiveram de ser abandonadas devido a uma erupção vulcânica.
Passeámos pela praia ao lado de pinguins e skuas, ouvimos os sons, vimos todas as cores, absorvendo tudo quanto podiamos.
Começámos a preparar-nos para o tradicional mergulho, nas águas frias da caldeira, enquanto, a beira da praia, os chaperones começavam a construir uma pequena piscina, com as águas aquecidas pela energia geotérmica.
Como manda a tradição, em fato de banho, corremos para a água fria, onde tambem andavam pinguins. Mergulhamos completamente na água e, num flash, corremos para a pincina improvisada de água quente, à beira da praia, para nos aquecermos. Fazemos, agora oficialmente, parte da Antarctic Swimming Team!
Honestamente, custou-me mais andar descalça na praia de gravilha do que o mergulho propriamente dito.
Regressados ao barco, almoçámos e tivemos um pequeno momento de reflexão e descanso antes de dar inicio aos workshops e palestras.
Os três workshops tinham como tema mapas e cartografia, musica e fotografia. Posteriormente, assistimos a uma palestra da Ingrid sobre pinipedes e baleias.
Após o jantar, assistimos a uma apresentação de fotos da Terra, tiradas do espaco por um astronauta, que viaja connosco.
O dia revelou-se, na maior parte do tempo, dedicado a reflexão.
O convívio com pessoas de todas as partes do Mundo tem sido, como não podia deixar de ser, uma constante. Criamos novos horizontes e apercebemo-nos de novas realidades.
Esperemos, agora, pelo dia de amanhã.
A propósito – Bom Ano Novo!
Inês Murteira
Mais um video on-line
Vejam em http://studentsonice.com/antarctic2007/html/expedition_videos.html
31 de Dezembro de 2007 - Em terras do continente antárctico
O dia de hoje foi absolutamente fantástico. E extraordinário como a Antárctida nos consegue surpreender e cativar ainda mais a cada dia que passa.
De manha tivemos o enorme privilégio de pisar o continente antárctico propriamente dito. Passear numa praia rochosa de um continente tão hostil como a Antárctida, que se estende por milhares de quilómetros, é uma sensação tão esmagadora quanto indescritível. Para além de uma grande sensação de insignificância, o prazer em apreciar a natureza no seu estado mais puro e selvagem e enorme e impagável.
Após uma hora passada na óptima companhia dos pinguins, que são, aliás, criaturas muito afáveis e curiosas, regressamos ao navio para um almoço tardio.
Por volta das 4 da tarde, dirigimo-nos para a nossa próxima paragem, também tão bela e ainda mais inacreditável que a anterior. Trata-se de uma base argentina construída no Cabo Esperanza onde vivem, de facto, 8 famílias, levando uma vida perfeitamente normal e civilizada, ou seja, usufruindo de educação e de todos os frutos da tecnologia (televisão, internet, e tantos outros). As pessoas da base receberam-nos tão bem e com tamanho entusiasmo que nos fizeram sentir totalmente em casa. As crianças estavam muito entusiasmadas com a nossa chegada e fartaram-se de conversar connosco (aliás, com os que percebem e falam espanhol). De facto, elas gostaram tanto da nossa presença que desejaram que o vento aumentasse de tal forma a não podermos abandonar a base. E durante algumas horas o vento fez-lhes a vontade. Por entre o frio e o vento, mas rodeados de uma paisagem fenomenal, passamos essas horas à espera que o vento amainasse. Foi então que admiramos verdadeiramente estas … pessoas, que vivem todo o ano num continente cujo clima é severo ate para os animais polares.
Quando finalmente partimos, tivemos pena de deixar para trás um local de tamanha beleza, onde nos sentimos envolver, por um lado, pelo lado selvagem da natureza e, por outro, pela amabilidade dos habitantes.
Após o regresso ao navio, completamente encharcados, e um jantar revigorante, celebramos a passagem de ano, numa festa deveras peculiar. A maior parte das pessoas vestiram a maior “misturada” que conseguiram, combinando roupa térmica com roupa interior. Mas no meio de todas estas combinações horrendas, foi extraordinário ver a rapariga japonesa vestida com um kimono lindíssimo e os dois irmãos árabes vestidos com a roupa característica dos Emirados Árabes Unidos. O ambiente vivido na festa foi excelente e depois da meia noite a expressão “happy new year” ouviu-se na sala vezes e vezes sem conta. Foi, sem duvida, a melhor passagem de ano que alguma vez tivemos.
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Dia 30 Dez - 3º dia a bordo do USHUAIA.
Embora haja uma neblina cegante a rodear o navio, isso nao impede toda a gente de observar o mar, admirar as aves que seguem o navio e procurar por icebergs.
Foi magnifico ver a neblina abrir-se lentamente e ao longe comecarmos a avistar Elephant Island. Isto tudo, claro, so pouco depois de nos termos deslumbrado com os primeiros icebergs que vimos na viagem.
Hoje, de tarde, tivemos a nossa primeira saida de semi-rigido para o azul Antarctico. Todos partilhamos da mesma opiniao: O homem ainda nao inventou as palavras que se poderiam usar para descrever o potencial que a natureza tem. Nao podemos ignorer que esta e a melhor viagem das nossas vidas e que, daqui, podemos lever muito para o mundo que aguarda o nosso regresso.
Tivemos a oportunidade de observar pinguins, icebergs, queda livre de pequenas fraccoes de icebergs que mesmo assim soavam a trovoes, e alguns de nos avistaram uma foca leopardo.
Depois do jantar, foi-nos possivel seguir, de perto, quarto baleias corcunda. Mais uma vez, o espanto partilhado por todos e o significado que aquele momento teve, a forma como ele nos marcou, foi indescritivel.
Fotografia Students-on-ice.
Agora sabemos e compreendemos tudo o que podemos levar daqui para casa e, com alguma sorte, amanha saberemos ainda mais.
Síntese enviada pela Ana Salomé, a tutora do grupo
****
Depois de umas longas e cansativas horas de voo, acompanhadas de um cardapio nao muito convidativo, chegamos dia 26 de tarde a Ushuaia ao hotel Del Glaciar onde a equipa dos SOI nos recebeu com um magnifico jantar.
O programa de actitivades dos SOI iniciaram dia 27 de manha quando saimos para uma caminhada com o intuito de ver a lagoa Esmeralda. Durante a viagem a guia que nos acompanhou (Sofia) foi-nos falando um pouco de Ushuaia abrangendo tambem alguns problemas sociais (passamos por uma pequena manifestacao das populacoes locais, as quais estavam a queimar pneus velhos num caminho, com o intuito de reenvindicar direitos basicos a agua, saneamento, electricidade, apesar de terem sido construcoes ilegais; passamos por uma zona industrial perto da qual estava instalado uma especie de bairro social cujas casas eram cor-de-rosa com o telhado azul; passamos tambem por um dos exlibris de Ushuaia que e o monte Olivia e os 5 irmaos. Para alcancarmos o nosso tao almejado objectivo de ver a magnifica lagoa Esmeralda e alguns alguns fenomenos de glaciacao ocorridos, tivemos que percorrer terrenos pantanosos e lamacentos. A caminhada durou cerca de 5 horas, com paragens pelo meio para descansar e almocar. Mas valeu a pena todo o esforco e foi muito divertido. Houve mesmo quem tomasse banho na agua gelada.
Pelo caminho vimos as casas dos castores, uma especie introduzida e, sem predador natural, tem vindo a aumentar grandemente a populacao causando serios impactos no ambiente.
Para chegarmos a lagoa passamos ainda por uma zona de floresta composta inicialmente por lenga. Era nitida a diferenca entre a vegetacao a medida que subiamos em direcçao a lagoa. A vegetacao que inicialmente apresentava um porte arboreo, formando um manto fechado, tornava-se mais tarde em vegetacao de porte arbustivo e rasteira com uma fraca dispersao. Junto a lagoa aproveitamos ainda para abordar algumas questoes relaccionadas com a geologia, vegetacao, …
De regresso ao hotel demos um salto a vila para fazer algumas compras e tratar de assuntos pendentes.
No dia 28 de Dezembro de manha fizemos outra caminhada ao Parque nacional, mas desta vez a pouca lama existente ja nao contituia um obstaculo a nossa passagem. Visitamos a entre outras, a lagoa Verde, e falamos tambem mais um pouco sobre a geologia e vegetacao. Locais sem duvida maravilhosos mas o nosso Portugal, em termos de paisagem, nao fica nada atras. De tarde fomos para o barco e demos inicio a nossa aventura rumo a solo antarctico, mas isto nao sem antes abordarmos algumas questoes de seguranca a bordo do navio USHUAIA.
O dia que se seguiu (29 Dezembro), foi passado com alguma indisposicao por parte de algumas pessoas cujo estomago se mostrou mais sensivel a balancos. Durante o dia muitas foram as actividades desenvolvidas, desde ioga; a escrita; a jogos de palavras e nomes, workshops de fotografia, musica e mapas e cartas; a palestras dadas por alguns dos cientistas que viajam connosco; fazer novas amizades; ….
Dia 30 a espectativa era grande. Estamos ja muito perto e havia sem duvida possibilidade de fazer o nosso primeiro passeio nos ZODIAC a fim de vermos de perto a colonia de pinguins que se encontra instalada na ilha elefante. Alguns passaram a saltar na agua mesmo ao nosso lado,
eram pinguins Chinstrap. Houve mesmo quem chegasse a ver uma foca leopardo.
Mas as surpresas deste dia nao ficam por aqui… de volta ao barco, e durante o nosso jantar (perto das 8h00) fomos avisados pela comandante que nos encontravamos muito proximo de um grupo de baleias. Claro que nem acabamos de comer e saimos todos disparados para fora, munidos com os nossos binoculos e maquinas fotograficas para captar as melhores imagens. As baleias foram muito hospitaleiras aproximando-se bastante do barco USHUAIA para que todos podessemos obrevar melhor, ouvir os seus sons e sentir o seu cheiro. Digo-vos que foi maravilhoso. Alguns de nos chegaram mesmo a chorar de tanta emocao.
Ana Salomé